Mar, 2020
Filipe Vieira Fernandes
A informação que procura caracterizar ou realçar o que ocorre em um sistema através de dados agregados é chamado de “indicador” e, portanto, indicadores de desenvolvimento são informações que procuram caracterizar o modo de vida de um dado recorte, em um dado intervalo de tempo, enquanto “índices” são construídos com o mesmo fim, porém, é multivariado, e utiliza vários indicadores para sua construção (KOGA,2011).
Na busca ao desenvolvimento, os índices e indicadores revelam-se da maior importância, pois devem, conjugando-se diferentes dimensões, retratar e auxiliar na busca de soluções e políticas para sua possível consecução.
Entre tantos possíveis indicadores, identificar quais são os mais importantes para uma qualificação da realidade é uma dificuldade sempre presente.
Veiga (2008) cita que Amartya Sen foi provocado a pensar sobre quais seriam os aspectos elementares do desenvolvimento ao receber a incumbência do paquistanês Mabuh ul Haq, do Banco Mundial, para retratar o desenvolvimento por meio de um índice, que além do crescimento considerasse a questão social, tendo.
A princípio Sen se opôs a ideia de Mabud, mas após a criação do IDH percebeu a importância da criação de um índice que fosse além do PIB per capita e captasse as nuances de se considerar a dimensão social, pois um índice estimula os usuários a consultarem outras tabelas com os indicadores que contribuíram para a sua construção. Mabud dizia que talvez a maior dificuldade para o desenvolvimento era avaliar e medir sua existência num território.
É importante salientar que Sen construiu a metodologia do IDH para medir o desenvolvimento de nações e para isso era preciso contar com indicadores comuns e que tivessem relevância na discussão sobre desenvolvimento nesta escala.
Apesar de o IDH ser um índice já consolidado para a mensuração do desenvolvimento de um país, ainda recebe críticas, entre estas, não retratar as desigualdades internas do território. No Brasil o IDH da região Sul é bem maior do que da região Norte.
O IDHM foi criado para retratar as distorções internas de um país, ao ser calculado para os municípios, diminuindo assim a escala e aumentando a resolução, calculando o mesmo índice, porém para uma escala municipal.
Assim como o IDH, o IDHM combina indicadores nas áreas de educação, renda e longevidade da população, contudo, em todos os municípios brasileiros existem diversidades, com parcelas de território mais precárias enquanto outras são mais completas, com melhores infraestruturas e bens civilizatórios.
Este novo índice ajuda a comparar regiões e municípios dentro do país, contudo, e as desigualdades internas das cidades? Um bairro é mais desenvolvido que outro e assim estas desigualdades permanecem escondidas ao considerar a média do município, fazendo parecer que o território municipal é homogêneo em seus indicadores socioeconômicos.
Esta breve introdução sobre índices, indicadores e a importância do IDH se faz necessária, pois o IDH é um marco e uma importante referência na construção de índices (KOGA, 2011), além de explicar a escolha da metodologia adotada, pois, na pretensão de se analisar quali e quantitativamente as dimensões do desenvolvimento sustentável na escala intra-municipal, utilizamos métodos já existentes e o principal deles também é um índice composto.
A análise da cidade, em sua totalidade, através do IDHM, é útil para a detecção de tendências socioespaciais gerais ao fenômeno estudado, entretanto, não se pode garantir que os fatos possuem comportamento homogêneo no espaço e não detecta essas diferenças.
As variáveis levantadas para este trabalho são mensuradas na escala intra-municipal onde, para detectar as dimensões social e econômica utilizar-se-á o método do Mapa de Exclusão, que será abordado detalhadamente no tópico da Metodologia.
A construção de medidas ambientais coletivas e territoriais se mostra como um desafio diante a abrangência dos dados. Para este trabalho a dimensão ambiental é analisada através de indicadores de poluição das águas dos corpos d’água urbanos, em pontos amostrados e suas áreas de influência, conforme apresentado no tópico da Metodologia.
As variáveis determinantes para a exclusão/inclusão social e a degradação dos corpos d’água variam em função de características locais da cidade.
Neste sentido, a fragmentação do território urbano para análise de indicadores espaciais, nas dimensões social, econômica e ambiental, constitui uma espacialização dos experimentos realizados anteriormente aplicados a regiões específicas da cidade.
Na busca ao desenvolvimento, os índices e indicadores revelam-se da maior importância, pois devem, conjugando-se diferentes dimensões, retratar e auxiliar na busca de soluções e políticas para sua possível consecução. Entre tantos possíveis indicadores, identificar quais são os mais importantes para uma qualificação da realidade é uma dificuldade sempre presente.
Veiga (2008) cita que Amartya Sen foi provocado a pensar sobre quais seriam os aspectos elementares do desenvolvimento ao receber a incumbência do paquistanês Mabuh ul Haq, do Banco Mundial, para retratar o desenvolvimento por meio de um índice, que além do crescimento considerasse a questão social, tendo. A princípio Sen se opôs a ideia de Mabud, mas após a criação do IDH percebeu a importância da criação de um índice que fosse além do PIB per capita e captasse as nuances de se considerar a dimensão social, pois um índice estimula os usuários a consultarem outras tabelas com os indicadores que contribuíram para a sua construção. Mabud dizia que talvez a maior dificuldade para o desenvolvimento era avaliar e medir sua existência num território.
É importante salientar que Sen construiu a metodologia do IDH para medir o desenvolvimento de nações e para isso era preciso contar com indicadores comuns e que tivessem relevância na discussão sobre desenvolvimento nesta escala. Apesar de o IDH ser um índice já consolidado para a mensuração do desenvolvimento de um país, ainda recebe críticas, entre estas, não retratar as desigualdades internas do território. No Brasil o IDH da região Sul é bem maior do que da região Norte.
O IDHM foi criado para retratar as distorções internas de um país, ao ser calculado para os municípios, diminuindo assim a escala e aumentando a resolução, calculando o mesmo índice, porém para uma escala municipal. Assim como o IDH, o IDHM combina indicadores nas áreas de educação, renda e longevidade da população, contudo, em todos os municípios brasileiros existem diversidades, com parcelas de território mais precárias enquanto outras são mais completas, com melhores infraestruturas e bens civilizatórios.
Este novo índice ajuda a comparar regiões e municípios dentro do país, contudo, e as desigualdades internas das cidades? Um bairro é mais desenvolvido que outro e assim estas desigualdades permanecem escondidas ao considerar a média do município, fazendo parecer que o território municipal é homogêneo em seus indicadores socioeconômicos.
Esta breve introdução sobre índices, indicadores e a importância do IDH se faz necessária, pois o IDH é um marco e uma importante referência na construção de índices (KOGA, 2011), além de explicar a escolha da metodologia adotada, pois, na pretensão de se analisar quali e quantitativamente as dimensões do desenvolvimento sustentável na escala intra-municipal, utilizamos métodos já existentes e o principal deles também é um índice composto.
A análise da cidade, em sua totalidade, através do IDHM, é útil para a detecção de tendências socioespaciais gerais ao fenômeno estudado, entretanto, não se pode garantir que os fatos possuem comportamento homogêneo no espaço e não detecta essas diferenças.
As variáveis levantadas para este trabalho são mensuradas na escala intra-municipal onde, para detectar as dimensões social e econômica utilizar-se-á o método do Mapa de Exclusão, que será abordado detalhadamente no tópico da Metodologia. A construção de medidas ambientais coletivas e territoriais se mostra como um desafio diante a abrangência dos dados. Para este trabalho a dimensão ambiental é analisada através de indicadores de poluição das águas dos corpos d’água urbanos, em pontos amostrados e suas áreas de influência, conforme apresentado no tópico da Metodologia.
As variáveis determinantes para a exclusão/inclusão social e a degradação dos corpos d’água variam em função de características locais da cidade.
Neste sentido, a fragmentação do território urbano para análise de indicadores espaciais, nas dimensões social, econômica e ambiental, constitui uma espacialização dos experimentos realizados anteriormente aplicados a regiões específicas da cidade.
Referências
SENA. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
KOGA, Dirce. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
VEIGA, J. E. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.